Inaugurada a Central de Valorização Energética da ilha de São Miguel
Autor: Musami / 25 de Julho de 2025
A MUSAMI - Operações Municipais do Ambiente inaugurou, no dia 25 de julho, a Central de Valorização Energética (CVE), localizada em Ponta Delgada, dimensionada para o tratamento máximo de 60 mil toneladas de resíduos por ano.
A infraestrutura completa o Sistema integrado de tratamento, valorização e destino final dos resíduos sólidos urbanos da ilha de São Miguel (projeto Ecoparque da Ilha de São Miguel), o qual representou um investimento de 120 milhões de euros (comparticipado em 47 milhões pelo PO SEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, e 21 milhões, pelo Programa Açores 2030).
No entanto, deste valor global, a CVE, propriamente dita, representou um investimento de cerca de 86 milhões de euros e junta-se a um sistema composto por central de triagem e centros de tratamento mecânico e biológico de resíduos, completando, desde modo, um ciclo de gestão de resíduos, com enfoque na economia circular.
Na cerimónia de inauguração, o Presidente do Conselho de Administração da MUSAMI, Eng. Nelson Santos, afirmou que a CVE “não substitui nada”, mas sim, “potencia tudo o que foi construído antes”.
“Aquilo que antes seguia para aterro, passa agora a ser transformado em energia elétrica, num processo industrial seguro, monitorizado e ambientalmente responsável”, observou, explicando que, na CVE, entram os resíduos que, após triagem e tratamento mecânico e biológico, não puderam ser reaproveitados.
Assim, ao invés da deposição em aterro com destino final, estes resíduos são transformados em energia, transformando-se “o que sobra em valor e esse é o verdadeiro espírito da economia circular, destacou o Presidente do Conselho de Administração da MUSAMI.
Nelson Santos apontou, ainda, que, com as unidades de triagem, tratamento mecânico e biológico, a ilha de São Miguel atingiu no ano passado a meta europeia para 2025 de preparação para a reutilização de reciclagem de 55% dos seus resíduos produzidos.
Com a entrada em funcionamento da Central de Valorização Energética, “colocamo-nos no caminho da próxima grande meta europeia: reduzir a deposição em aterro para menos de 10 por cento, em 2035”, frisou, acrescentando que aquela infraestrutura configura a solução mais robusta, técnica e cientificamente comprovada, para contextos insulares com escala limitada, de elevada responsabilidade ambiental e exigência de autossuficiência”.
Para além disso, reiterou, é uma das soluções mais rigorosas em segurança, em operação e em controlo ambiental. Numa operação de 24 horas por dia, as emissões são monitorizadas de forma exigente, contínua, automática e transparente”.
Com a entrada em funcionamento da CVE, a MUSAMI, que emprega, hoje, 177 trabalhadores, irá ultrapassar os 210, sendo que afetos a esta, estarão 50 profissionais especializados, garantindo estabilidade industrial e operação contínua.
Por seu turno, o Presidente do Governo dos Açores, Dr. José Manuel Bolieiro, afirmou ser “com grande sentido de missão e orgulho que damos início oficial à operação da Central de Valorização Energética da Ilha de São Miguel – uma infraestrutura que simboliza, de forma inequívoca, a transição dos Açores para um modelo de desenvolvimento mais sustentável, mais circular e mais resiliente, apesar do entendimento crítico de alguns ao longo dos últimos anos.”
Esta inauguração, considerou, “marca o culminar de anos de planeamento, investimento e compromisso com uma causa maior: o futuro ambiental da nossa Região”.
A partir de agora, disse o Presidente do Executivo Regional, “entramos definitivamente numa nova era na gestão de resíduos. Em São Miguel, o que até agora era descartado e depositado em aterro sanitário, passa a ser transformado em energia, em recurso, em valor.”
José Manuel Bolieiro apontou, ainda, que, entre 2021 e 2023, a reciclagem nos Açores cresceu cerca de 17%, atingindo uma taxa de preparação para reutilização e reciclagem de 36,4% em 2023 e, segundo dados preliminares, 48% em 2024.
“A meta de 55%, para 2025, está assim praticamente alcançada, aliás já atingida na ilha de São Miguel. O desvio de resíduos de aterro melhorou significativamente, passando de 40% em 2023 para 24% em 2024”, observou, acrescentando que esta evolução foi impulsionada pela entrada em funcionamento dos Centros de Tratamento Mecânico e Biológico, especialmente no Ecoparque da Ilha de São Miguel.
A cerimónia de inauguração contou, ainda, com uma apresentação do projeto, por parte da empresa responsável pela empreitada, a Termomeccanica Ecologia, e, a finalizar, houve lugar a uma visita às instalações.
