Mundo tem dois anos para agir contra as alterações climáticas

Autor: Diário de Notícias / 17 de Dezembro de 2018

O aviso é do secretário geral das Nações Unidades, António Guterres. "Se não alteramos a orientação daqui até 2020, arriscamos consequências desastrosas para os humanos e os sistemas naturais que nos suporta", advertiu hoje, numa intervenção na sede da organização, em Nova Iorque.

Na ocasião, António Guterres condenou a paralisia dos líderes mundiais contra este fenómeno, de acordo com o Diário de Notícias. "As mudanças climáticas estão a avançar mais depressa do que nós e devemos romper com a paralisia", sublinhou, a três dias da realização de uma cimeira mundial, inédita, para a ação climática, que deverá reunir em São Francisco milhares de eleitos, autarcas, responsáveis de organizações não-governamentais e empresas. Para tal, impõe-se que toda a sociedade civil deverá envolver-se nesse desígnio, antes que "seja demasiado tarde", apela.

Segundo a ONU, o mundo está longe de alcançar os objetivos estabelecidos há três anos no Acordo de Paris, metas que já eram "de mínimos" e que, conforme os especialistas, representam apenas um terço dos esforços necessários. "Temos os incentivos morais e financeiros para atuar. O que falta, inclusivamente depois de Paris, é liderança, um sentimento de urgência e um verdadeiro compromisso com uma resposta multilateral decidida", lamentou Guterres, como avança o Diário de Notícias.

O secretário-geral da ONU contrariou o argumento de que combater as alterações climáticas é caro, Pelo contrário, sublinhou, o mundo está a sofrer enormes perdas económicas como consequência das alterações climáticas, com elevados prejuízos causados por desastres naturais e problemas de saúde provocados pela contaminação. "Para 2030, a perda de produtividade causado por um mundo mais quente poderia custar à economia global dois mil milhões de dólares".