A MUSAMI no Re-source: a Inteligência Artificial como ferramenta de eficácia

Autor: Musami / 06 de Março de 2023

Aumentar a eficácia da linha de triagem, através de um sistema de reconhecimento visual integrado com Inteligência Artificial. É este o caminho da participação da empresa açoriana MUSAMI no Re-source, o programa de inovação aberta, promovido pela Sociedade Ponto Verde e gerido pela consultora de inovação colaborativa Beta-i, que visa impulsionar a economia circular e a disrupção digital na gestão de resíduos de embalagens.


O diretor-geral da MUSAMI, Carlos Botelho, começa por afirmar que o programa “foi muito útil”, porque nunca saberiam que a startup Lixo – com a qual estão a desenvolver o projeto-piloto – existia se não tivesse sido através do Re-source. “Estes canais são interessantes por isso: fazem uma pesquisa e trazem-nos esse trabalho já feito, permitindo-nos uma ligação com pessoas e projetos inovadores”, afirma, acrescentando que também o próprio programa “é interessante e tem pessoas entusiasmadas, que procuram fazer as coisas de uma forma leve e efetiva”.


Em São Miguel, nos Açores, a empresa, assegura a gestão de todos os resíduos inerentes às suas responsabilidades. Além disso, participa na organização da recolha de quatro dos seis concelhos e dá apoio à estratégia de gestão de resíduos na ilha, ao nível municipal. O responsável explica que as instalações são as mesmas há cerca de dez anos, havendo a necessidade de introduzir mais tecnologia, mais inteligência artificial (IA), mais ferramentas e mecanismos modernos. “Julgo que vai ser um ano de grande transformação na introdução de IA, e queríamos ter contacto com algumas ideias que nos pudessem ajudar nessa área e pudessem ser introduzidas nos nossos sistemas, trazendo alguma melhoria. Foi assim que encarámos o Re-source e, realmente, isso aconteceu”, conta, justificando que houve um projeto “interessante” e que tinha capacidade para melhorar a eficiência da triagem.
Com o projeto-piloto, está previsto, através de um sistema de reconhecimento visual integrado com IA, diminuir o refugo e aumentar a eficácia de uma linha de triagem, tendo por base a otimização, dinamização e ampliação do alcance das mais diversas operações.


“Pretende-se, com a implementação da solução tecnológica da start-up Lixo, aumentar o potencial de reciclagem do centro de triagem, uma vez que haverá mais fornecimento de dados que servirão de base para a tomada de decisões e para estabelecer medidas em tempo real, evitando a contaminação por resíduos que podem atrapalhar ou inviabilizar o reaproveitamento desses materiais”, explica Carlos Botelho.


Com a aplicação da Lixo, a MUSAMI consegue perceber o momento em que se inicia a perda e obter informação sobre isso, permitindo atuar logo e evitar horas de falta de eficiência. O diretor-geral da empresa considera-a “bastante interessante”. “Esta mesma app poderia ter sido utilizada com outros conceitos, outra finalidade, pois é bastante versátil. Optámos por esta, porque era um fator [o da eficácia] que não estava muito bem controlado nas nossas instalações e passará a estar – espero eu”, diz.


Quanto à relação com as startups, define-a como sendo “muito fácil”, uma vez que as pessoas são “animadas” e têm uma grande vontade de fazer coisas e coisas diferentes. “É muito fresca, é uma relação que traz ideias novas e isso é muito bom. Depois, temos de
conciliar este mundo das startups com o de uma empresa que é mais permanente e mais estável, mas é uma lufada de ar fresco, muito interessante”, termina.


Artigo de: www.pontoverdelab.pt